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'VLTzação': entenda o plano da Prefeitura do Rio para substituir o BRT por VLT ou VLP

Prefeitura do Rio propõe transformar corredores do BRT em VLT ou VLP; projeto pode custar R$ 12 bilhões A Prefeitura do Rio quer transformar os corredores de ...

'VLTzação': entenda o plano da Prefeitura do Rio para substituir o BRT por VLT ou VLP
'VLTzação': entenda o plano da Prefeitura do Rio para substituir o BRT por VLT ou VLP (Foto: Reprodução)

Prefeitura do Rio propõe transformar corredores do BRT em VLT ou VLP; projeto pode custar R$ 12 bilhões A Prefeitura do Rio quer transformar os corredores de BRT em linhas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou Veículo Leve sobre Pneus (VLP). O projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores na quinta-feira (23) e agora segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD). A proposta, chamada de VLTzação, prevê uma Parceria Público-Privada (PPP) para substituir o sistema de ônibus articulados por trens leves nos corredores Transcarioca e Transoeste. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça O plano começou a ser debatido em 2022, quando Paes anunciou que queria “VLTzar” o transporte da cidade em 15 anos. Na época, ele prometeu aproveitar a estrutura já existente dos corredores de BRT, o que reduz custos e evita novas desapropriações. Três anos depois, o projeto ganhou força e foi aprovado com o apoio da base do governo na Câmara. Ponto final do VLT junto à Rodoviária Novo Rio, no centro Marcos Serra Lima/g1 💰 Quanto vai custar e quem paga O custo da VLTzação é estimado entre R$ 12 bilhões e R$ 16 bilhões. A prefeitura pretende firmar uma PPP — o investimento será dividido entre o setor privado e o poder público. As obras devem durar até 45 meses (cerca de quatro anos), com operação parcial na metade do prazo. Ainda não há previsão de início. 🚈 O que muda com a “VLTzação” Na prática, o projeto autoriza a conversão dos corredores Transcarioca e Transoeste — que hoje operam com ônibus BRT — em linhas de VLT ou VLP. Transcarioca: 35,6 km de extensão, 45 estações e terminais entre Alvorada e Fundão; Transoeste: 44,6 km, 41 estações e terminais entre Santa Cruz e Jardim Oceânico. A proposta é que as linhas tenham capacidade para 16 mil passageiros por hora por sentido, nível equivalente ao do sistema atual, mas com custos operacionais menores, vida útil mais longa dos veículos e redução de ruído e poluição. Exemplo de Veículo Leve sobre Pneus (VLP) exibido em audiência pública no Rio Divulgação/Prefeitura do Rio O modelo VLP — que roda sobre pneus, mas é elétrico e pode ser guiado automaticamente — também está sendo estudado como alternativa mais barata, com tecnologia importada da China. O sistema vai atender 1,7 milhão de moradores e pode transportar até 580 mil passageiros por dia, caso funcione por 18 horas diárias. 🌎 Benefícios prometidos O estudo técnico da prefeitura, elaborado com apoio do BNDES, aponta ganhos sociais, econômicos e ambientais. Entre os principais benefícios estão: Redução do tempo de viagem; Menos poluição, com queda de R$ 19,8 milhões/ano em emissões; Mais conforto acústico e térmico para passageiros; Criação de empregos e ativação econômica nos bairros ao redor dos corredores. ⚖️ Debate e críticas Apesar de aprovado, o projeto ainda levanta dúvidas entre vereadores e especialistas. O vereador Pedro Duarte (Novo), por exemplo, questionou a falta de transparência nos custos e no cronograma, lembrando que a cidade já gastou quase R$ 9 bilhões na recuperação do sistema BRT nos últimos quatro anos — com compra de ônibus, reforma de estações e construção de terminais. Estudo aponta alto potencial para ônibus elétricos no Rio Outros parlamentares, como Paulo Messina (PL), defendem a mudança, afirmando que o transporte sobre trilhos deveria ter sido adotado desde 2010, quando os corredores foram construídos. "Construir uma calha fixa e botar o transporte sobre rodas é um contrassenso. Quinze anos depois, a prefeitura me dá razão", afirmou. 🧭 Próximos passos A versão final do texto aprovada pelos vereadores permite também expandir o VLT para São Cristóvão, Ilha do Governador e Botafogo. Antes do início das obras, o município ainda precisará definir o modelo (VLT ou VLP) e abrir licitação para a concessão. Segundo a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, a decisão será tomada com base em estudos técnicos e de custo-benefício. "Os investimentos são mais altos, mas a qualidade é maior e perdura por mais tempo. A vida útil de um trem é muito superior à de um ônibus", disse a secretária.

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